domingo, 15 de maio de 2011

Chuvas: estoque de donativos para desabrigados só dá para mais 40 dias


Publicado em 12/05/2011


Na central de arrecadação da Ypu só há arroz, feijão e macarrão. Legumes e verduras para os abrigos têm sido comprados pela Secretaria Municipal de Assistência Social

Carlos Maduro: “Inexplicavelmente as doações pararam de chegar das duas últimas semanas para cá”
Henrique Amorim

A generosidade da população brasileira e até mesmo de outros países que se sensibilizaram com o drama das famílias sobreviventes à tragédia de 12 de janeiro foi tamanha nos primeiros momentos e ainda hoje sobram roupas e calçados enviados a Nova Friburgo como doação, mas já começa a faltar o principal: comida. Na central de arrecadação de donativos para os desabrigados, montada na Fábrica Ypu, ainda há uma quantidade razoável de arroz, feijão e macarrão, mas que só é suficiente para mais 40 dias. A constatação é do secretário municipal de Assistência Social, Carlos Antônio Maduro, que apela agora à solidariedade dos friburguenses para a arrecadação de gêneros de primeira necessidade como pó de café, açúcar, sal, leite em caixinha ou em pó, extrato de tomate, óleo de soja, biscoitos salgados e doces, temperos, farinha de trigo e ovos, além de material de higiene pessoal.
Maduro estranha o fato das doações de alimentos terem parado inexplicavelmente das duas últimas semanas para cá. “Não sei se pode ser uma coincidência, mas desde que falou-se em programas de televisão a nível nacional que a cidade já tinha se restabelecido, as doações que já haviam diminuído, mas continuavam acontecendo, simplesmente pararam”, comentou ele, observando o contraponto: no ginásio poliesportivo do bairro Duas Pedras sobram roupas e calçados para doação. “Basta chegar lá, escolher e levar. Temos roupa de sobra. Por favor, não doem mais roupas, nem água, pelo menos, por enquanto”, apela Maduro. 
Para garantir as refeições básicas às 123 famílias que ainda permanecem nos cinco abrigos, a Secretaria de Assistência Social tem comprado semanalmente em feiras livres a quantidade necessária de verduras e legumes. Gradativamente, com a concessão do Aluguel Social a algumas famílias, os abrigos públicos serão desativados. Atualmente 60 famílias encontram-se no Sase, no bairro Olaria; outras 17 na antiga Aldeia da Criança Alegre, no distrito de Amparo; oito num imóvel alugado pela Prefeitura, no bairro Rui Sanglard; quatro numa instituição assistencial do distrito de Campo do Coelho, e uma família no ginásio do Cordoeira.
Aluguel Social beneficiará ao todo 2.220 famílias atingidas pela tragédia
A Secretaria de Assistência Social iniciou esta semana e estende até o próximo dia 31 o recadastramento de 1.720 famílias beneficiadas pelo Aluguel Social (R$ 500 para cada família pagos pelo estado). Hoje, 12, devem comparecer à secretaria, na Rua Augusto Spinelli 160, Centro, os beneficiados com número de protocolo de 251 a 450. Amanhã, 13, e dia 17 o recadastramento acontecerá para os protocolos de 451 a 650; nos dias 18 e 19, para as inscrições 651 a 850. O recadastramento para checagem de dados e observação detalhada serve para verificar se todos os beneficiados têm realmente direito ao benefício e acontece por orientação do Ministério Público. 
Outras 500 famílias que se cadastraram no mês passado ainda não estão recebendo os R$ 500 mensais, que devem ser utilizados pelas famílias prioritariamente para o pagamento de aluguéis. O benefício é pago pela Caixa Econômica Federal e será concedido pelo prazo de um ano, podendo ser renovado caso as casas populares prometidas pelo governo não estejam prontas. 
Para se recadastrar é preciso apresentar um documento de identidade, CPF e comprovante de renda do requerente. É preciso apresentar também os documentos pessoais de cada integrante da família e um comprovante de demolição ou interdição da casa atingida pelas chuvas de janeiro. Só pode ser beneficiado pelo Aluguel Social quem, comprovadamente, teve o imóvel interditado pela Defesa Civil ou destruído.
Carlos Maduro, secretário de Assistência Social: 949 famílias cadastradas para o Aluguel Social perderam tudo o que tinham.
Fonte: A Voz da Serra.

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