terça-feira, 5 de abril de 2011

Desabrigados da catástrofe de janeiro permanecem, sem alento, em abrigos

Publicado em 05/04/2011



Quase três meses após a tragédia das chuvas, os desabrigados continuam alojados no Serviço de Assistência Social Evangélica (Sase), em Olaria. A situação é preocupante, pois a maioria não tem nem previsão de quando retomará a vida e a população local reclama da desorganização e confusões causadas pelos moradores do abrigo.
Segundo Lucimar de Souza, que está no abrigo há aproximadamente um mês, a grande dificuldade é encontrar uma casa no valor do aluguel social, que é de R$ 500. Ela afirma que é muito ruim viver num local improvisado e não saber quando se conseguirá reconstruir a vida. Mas diz que todos são bem-tratados, orientados pela assistente social e têm consultas médicas.
Maria Helena passa pela mesma situação. Ela tinha casa própria e hoje divide um cômodo com mais seis familiares. “Eu prefiro ficar no meu quarto, improvisar um miojo para almoçar. É difícil conviver com muita gente junto”, desabafa.
No abrigo é possível observar a falta de recursos — paredes mofadas, crianças tentando se distrair com brinquedos quebrados e, às vezes, muito lixo espalhado pela calçada. Também não há nenhum tipo de controle e fiscalização na entrada e saída de pessoas. Para João Marcos, que mora no bairro, falta organização e liderança para essas pessoas. “Quando muitos adolescentes estão juntos costuma ter tumulto e não tem ninguém para orientá-los”, denuncia. 
Outros moradores também se queixam do mesmo problema, mas não quiseram se identificar. De acordo com um deles, desde a instalação do abrigo já foram constatados quatro roubos a residências, além de pequenos furtos. Segundo ele, as pessoas estão com medo de passar a pé em frente ao abrigo por conta dos furtos e das várias batidas que a polícia já deu no local.
Paredes com mofo e descascando fazem parte do cenário do abrigo
O lixo costuma se acumular no local

Fonte: A Voz da Serra

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